segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O EXERCÍCIO MÁXIMO DA ISENÇÃO

Não sou apaixonada pela metaescrita. Um poema sobre poema. Um conto sobre o conto. O texto sobre o texto, enfim. Tal como desconfio da literatura histórica; principalmente, vejo com um nascente horror a ficcionalização de personagens e eventos reais. Sou assim. Jonas, abaixo, nesse blog, que me perdoe. Mas quem escreve, seja qual for o motivo, sempre dialoga com o próprio escrever. E hoje, olhando como a um espelho, procurando me ver nas minhas palavras, vejo com certo espanto essa paixão exercitada pela isenção máxima, pura e purificada. Luvas. Máscara. Sapato. Evitar uma contaminação, porque o sujo de tudo é uma fortuna excessiva. Eu quero ainda algo de mim brilhando como um reflexo. Dentro das luvas, atrás da máscara, sobre os sapatos. Aí, atrás de tudo, estou pronta. E vou começar.

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